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missiva à branca de neve
oi bdn. poxa, eu acho tão legal q. eu tenha esse nome especial p/ te chamar... só eu. são 2:19am de um sábado. dia 22/09/01 eu acho... ou 21. eu acabei de ler este livro q. eu ganhei de uma das pessoas q. cuidou de mim nos eua. o nome é 'annie on my mind'. é um livro tão bonitinho. sempre q. eu o leio, pelas atitudes das personagens e coisas ditas, eu lembro de você. é a segunda vez q. eu o acabo... mas já li pedaços muitas vezes. peraí q. eu vou assistir 'vida ao vivo' na globo. acabou. sabe do q. eu lembrei agorinha? é q. meu cabelo tava caindo no olho e me veio na cabeça uma coisa q. vc me disse ao telefone, quando vc cortou o cabelo bem curto e achou q. tava esquisito. vc lembra o q. foi? me dá vontade de chorar... e foi tão absurdo, que ao mesmo tempo eu penso em rir. -hm- eu tive q. parar por um momento e marcar a sombra do meu rosto como ela estava pq eu achei bonito, e suave... e agora eu lembrei de outra coisa. mas... mas o q. vc disse foi... 'será q. vc ainda vai me amar agora q. eu estou tão esquisita?' e eu ri p/ mim msma. mas... a graça disso só está no quão absurdo isso soa... principalmente agora. quase dois anos q. eu ñ a vejo. se eu penso nisso eu facilmente encontro uma resposta... o momento do qual eu não tenho recordaçãoo é o momento no qual eu deixei de amar vc. eu acho q. vc entende o que quero dizer. s/ mais por agora, vou dormir. ---
3:06am do domingo. sabe o q. eu pensei? quando eu comecei a escrever isso pra você, eu não havia posto em palavras um ponto muito interessante. não que eu não tenha notado antes. no meu subconciente, e eu estou certa disso, eu havia me tocado... talvez... bom, certamente, eu não saiba o porquê de tudo. mas, eu sei o meu porquê. quando eu comecei a escrever poemas sérios... quando eu me empenhei em escrevê-los - os poemas - eram por você. para você, também. só que 'por você' é mais importante. foi por você estar lá, mesmo não sendo para mim. por você eu quis ser eu mesma. pela percepção que tive de você, eu descobri mais do que a percepção em mim. o amor provoca-nos a ir além percepções. por você eu quis ter palavras. por você quis escrever idéias. por você palavrear sentimentos. por você eu chorei. por você eu sorri. por você acordei. por você eu vivi. e você, não pediu por nada disso. quando você, chorando, me pediu que não repetisse as palavras, eu quis até desistir. não por você não me amar, mas por eu não poder calar. tocar você era como tocar numa parte de mim uma vez, de algum modo não recordável, perdida. você já teve gotículas de mercúrio, daquelas de termômetro, na sua mão? elas tentam escapar, pelos menores espaços, onde você nem vê. se for descuidada, o mercúrio se espalha todo, em mínimas porções. é algo desesperador. mas se é gentil, cada prateada parte daquele líquido tenta se juntar perfeitamente. novamente como se nada houvesse acontecido, unem-se numa graciosa imagem, um conteúdo singular. é um tanto mágico. por isso fui quase incessante na minha coletagem de fragmentos e no mantimento do que seria a minha 'coleção de mercúrio', num frasco marrom pequenino; de quê especificamente? eu não me recordo. sabe que o odor que o mercúrio exala a indevidas temperaturas (no padrão do mercúrio) é tóxico? sempre quis aquecer meu frasco e inalar esse gás. uma única, e profunda, inspiração. nunca foi ato consumado e minha reserva se perdeu. eu gostaria de uma bandeja de mercúrio, um espelho deslumbrante, para ver o reflexo das minhas lágrimas. acho que ainda sei quando parar. até mais ver. ---
e se...? 5:50am. sexta-feira, eu acho. dia 28, eua cho. se eu não tivesse te conhecido, teria sido quem sou? teria descoberto isso em mim? se eu tivesse ficado calada, eu esqueceria? sim, sim... não. fico feliz de que você estava lá para mim. para me entender, ou tentar. sabe uma frase sua que eu nunca vou esquecer? "só você pra me fazer sorrir numa hora dessas". te fazer sorrir era minha alegria. estar lá pra você. quis te livrar de qualquer dor e sofrimento. mas com você eu descobri que não é possível fugir disso. estava no nosso caminho viver o que vivemos. não quero ser dramática, até pq talvez você nem ache aquilo tudo importante, mas não importa o que aconteça... sua marca é uma cicatriz dentro de mim e um motivo para crer nas idéias. ---
6:57pm - 08/out/01 - olá. faz tempo que não te escrevo. não que não tenha pensado em fazê-lo muitas outras vezes, mas não cheguei a isso... por qualquer razão não importante. penso muito em você... será que você pensa, alguma vez, em mim também? às vezes sonho contigo. não sei como você está agora, fisicamente, mas tenho uma imagem sua formada; linda e muito nítida. sua pele branca como leite, cabelos curtos e lisos, olhos negros e profundos... um rosto tão meigo. adorava suas mãos macias... lembro que uma vez você havia pintado as unhas de alguma cor que eu não gostei e depois você mudou porque eu pedi. não... acho que eu não pedi, mas você disse que havia mudado por minha causa. é, é isso... lembra de quando eu apertei tua mão, aliás, teu pulso, te machucando? nunca me arrependi só porque, de qualquer maneira, foi bom ter segurado sua mão. lembra daquele disco de hd que te dei? eu queria o mais perfeito, para que quando você olhasse para ele, visse seu reflexo como eu a via, tão linda. eu te amo. - às vezes a gente tem que dizer o que a gente quer dizer, não importa o quanto outros não a queiram ouvir. ---
5:55pm - 25/10/01; olá. sinto falta do seu cheiro. hoje quase me joguei nos braços da sua mãe, pois ela tem seu perfume. lembra de quando vc me emprestou seu estojo pelo final de semana porque eu queria algo com seu cheiro? tenho que ir. ---
</codeína nikélika>
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"i cannot wait
for snow white to come by
this day must be the very
best day of my life"
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