22:17h - 7/11/02

mândria, muco, mucor

estou à mercê do tempo, ele é o argumento do meu ensaio. já não sei o q pensar
a equação da minha vida é em função disso. já não sei o q cantar. e ele passa tão devagar
pior q isso só dois disso, e não ter o q rimar. odeio conformismo, mas admito estar qse lá
pensei q eu fosse como dizem q sou... parece difícil não se apaixonar. mas acontece q eles não sabem, q eu sou má

diz minha irmã que nasci engraçada, minha mãe vezes me acha insensível, vezes uma guerreira
pessoas pensam q sou um anjo, ou não; luiza q sou a melhor pessoa do mundo. mas essa não sou eu verdadeira
sim, sou sensível, cômica, mas tenho minha parte demônio; esquizofrênica paranóica, desajustada
frustrada ao saber q tudo não posso saber e tão pouco saberei qndo não o puder mais. nisso sou fracassada

vivo um aparente conflito interno desde imemoriável data; será q no útero eu já era essa negação?
ou será q viver me fez assim amarga como café, doce como glassê? onde desandou minha formação?
hiperestesia, sensibilidade exagerada. sou hyper e toda feita de hipérboles, impulsiva e inaplicável
relaxar é tão difícil. muito profunda, minha mente em tudo afunda, até o q não deve. incontrolável

qndo será a vez em q eu direi q quero um beijo, e q ela me beijará; se um dia houver
qndo será q ao chegar próxima poderei abraçá-la e saber q ela me quer; grite algo quem de algo souber
é crítico ponto constante minha ansiedade. quero ter liberdade de fazê-la sorrir em descompassados espasmos
fazê-la gargalhar até sentir cólicas, suspirar, se agitar e contorcer de excitação; fazê-la ter orgasmos

tenho essa verde simplicidade de querer o extremismo, mas o mesmo q todos, a felicidade.

</codeína nikélika>

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