?/06/00

sexto (sem)sentido

Ela estava morta
Ou eu é que estava
Sumindo e retornando
A lembrança perturbava

Com os olhos fechados
Surgia a imagem no meu pensamento
Ou com eles abertos...
Não importava o momento

Não tenho certeza
De como a conheci
Ou onde, ou quando
Estes detalhes, esqueci

Talvez eu não tivesse mais vida
E por isso, andando entre os outros
na maioria, conhecidos
não era vista, nem ouvida

Acho que era uma festa
Mas não entendo então
porque estavam alguns convidados
tão tristes, olhando pro chão

Levantei-me da cadeira
Pois me sentia cansada
De ver tudo aquilo
E não poder fazer nada

Parei em frente a um colega
Pensando que comigo
ele estivesse falando
Mas não estava

Fui então para uma parte da sala
Onde estavam muitas pessoas
Havia alguém importante alí
Por isso todos também queriam estar

Dentro daquele espaço
Não consegui entrar
Queria ao menos ter visto
O que estavam todos a observar

Olhei para o resto da sala
Procurando um lugar
onde houvesse alguém
Para poder conversar

Lembro-me de ter me aproximado
de uma colega, parada em um canto
sozinha, sentada, pensando
E me debrucei em seu colo

Ela não disse nada
E nem eu quis dizer
Ela estava tão triste
Eu nem pude entender

Levantei-me e andei
entre alguns poucos
que em grupo estavam
mais ao fundo da sala

Novamente não recebi atenção
Fiquei um tanto chateada
E fui andando até a porta
Que não estava fechada

Houve um corte estranho
Na linha de acontecimentos
E me vi andando
Do lado de fora, indo para casa

Ao meu lado estava
alguém com quem queria estar
E quem eu acompanhava
Até algum lugar

Ela me pareceu aflita
Por isso lhe disse
Para que me abraçasse
Pois eu a protegeria

Estava bastante escuro
e a minha proposta
ela não hesitou
em aceitar

Chegando até um lugar
Que deveria ser a casa dela
Paramos perto de uma piscina
Não havia luar

Nos olhamos por um instante
E eu a beijei
ela me abraçou
eu também a abracei

O gosto daquele beijo
Eu ainda tenho comigo
Ele é tão estranho...
indentificá-lo, não consigo

Levei-a até dentro de casa
E lhe disse que precisava ir
Ela me pediu tanto que voltasse
Que eu então prometi

Tomei o caminho novamente
para a festa, talvez
Me sentia muito mal
Por está-la deixando, outra vez (?)

Outro corte aconteceu
e me vi saindo num impulso
pela porta aberta
passando por fora da sala da festa

Acho que o meu propósito
era que a minha presença
fosse por alguém percebida
pois já me sentia excluída

de repente encontro
brincando com uma bonequinha
no meio da escuridão
uma garotinha, sozinha

Passo por ela
E tento lhe dizer
Que alguém a segue
sem ela saber

Está muito gelado
o vento que sopra
será que ela não sente
ou será que não a toca

não há tempo pra pensar
um homem está atrás dela
e eu tenho que avisar
mas não consigo falar com ela

viro para o outro lado
para tentar parar
o homem que parece
que vai nos matar

quando faço isso
vejo que ele está perto,
muito perto de nós
Me assusto, suspiro, e me arrependo

Me arrependo
de não ter ficado
com quem me queria
e acabo morrendo

</codeína nikélika>

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só o relato de um sonho.. nda rebuscado.

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